quarta-feira, 27 de junho de 2012

BRISA, VENTO, VENTANIA












Brisa matinal que nos desperta com promessas de céu azul e alegrias, como uma injeção de ânimo, de felicidade. Dias de alegrias, nunca de tristezas.

Brisa suave das noites de verão iluminadas pelo luar, embalando sonhos e afugentando realidade sofrida. Ninguém é infeliz sentindo essa brisa perfumada pelos Narcisos e Jasmins ou trazendo o cheiro do mar, ou mesmo sem perfume. Noites para amar, nunca para chorar.

Vento, movimento do ar, explicado pela física como deslocamento do ar quente que sobe e do ar frio que desce, mas para mim o que sinto nada tem a ver com ciência. Prazer no vento mexendo nos meus cabelos, acariciando meu corpo. Admiro a movimentação que causa em quase tudo da natureza e a molda em modificações harmoniosas, conforme sua vontade, com sua força constante e vigorosa. O vento é o artista que recria a paisagem, construindo ou modificando dunas, esculpindo pedras e rochas com o atrito dos grãos de areia que carrega. Pinta o céu azul com nuvens, muitas brancas, leves, outras densas que devolvem à terra a água que dela fugiu.

Ao vento jogo palavras na esperança de que cheguem a um ouvido e que ele se aproprie como eu, quando escuto palavras que o vento traz. Ouço poesia musicada na voz dele, que aviva lembranças nostálgicas, mas sugere aconchego e desperta esperança de que sua energia geradora traga paz.

Quando o vento enfurecido transforma-se em ventania, recolho-me em proteção à sua fúria devastadora. O ouço e entendo suas queixas e sei que está preparando o cenário, renovando-o, para depois ressurgir em vento calmo ou em brisa perfumada e eu saudar feliz o bom vento que chega.

Às vezes ouço passar o vento e só de ouvir o vento passar; vale a pena ter nascido.
(Fernando Pessoa) 




Um comentário:

  1. Muito lindo Hilda, também adoro Fernando Pessoa. Parabéns pelo Blog, está muito bonito, prazer em lê-lo. Beijos no coração.
    Andrea Lemos
    TT: @Dea40

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