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Brisa matinal que nos desperta com
promessas de céu azul e alegrias, como uma injeção de ânimo, de felicidade.
Dias de alegrias, nunca de tristezas.
Brisa suave
das noites de verão iluminadas pelo luar, embalando sonhos e afugentando
realidade sofrida. Ninguém é infeliz sentindo essa brisa perfumada pelos Narcisos
e Jasmins ou trazendo o cheiro do mar, ou mesmo sem perfume. Noites para amar,
nunca para chorar.
Vento,
movimento do ar, explicado pela física como deslocamento do ar quente que sobe
e do ar frio que desce, mas para mim o que sinto nada tem a ver com ciência. Prazer
no vento mexendo nos meus cabelos, acariciando meu corpo. Admiro a movimentação
que causa em quase tudo da natureza e a molda em modificações harmoniosas,
conforme sua vontade, com sua força constante e vigorosa. O vento é o artista
que recria a paisagem, construindo ou modificando dunas, esculpindo pedras e
rochas com o atrito dos grãos de areia que carrega. Pinta o céu azul com
nuvens, muitas brancas, leves, outras densas que devolvem à terra a água que
dela fugiu.
Ao vento jogo
palavras na esperança de que cheguem a um ouvido e que ele se aproprie como eu,
quando escuto palavras que o vento traz. Ouço poesia musicada na voz dele, que
aviva lembranças nostálgicas, mas sugere aconchego e desperta esperança de que
sua energia geradora traga paz.
Quando o vento
enfurecido transforma-se em ventania, recolho-me em proteção à sua fúria
devastadora. O ouço e entendo suas queixas e sei que está preparando o cenário,
renovando-o, para depois ressurgir em vento calmo ou em brisa perfumada e eu saudar
feliz o bom vento que chega.
Às
vezes ouço passar o vento e só de ouvir o vento passar; vale a pena ter
nascido.
(Fernando
Pessoa)
Muito lindo Hilda, também adoro Fernando Pessoa. Parabéns pelo Blog, está muito bonito, prazer em lê-lo. Beijos no coração.
ResponderExcluirAndrea Lemos
TT: @Dea40