Amplo Horizonte, 1969 - Theodoro De Bona (Brasil, 1904 – 1990)
Será que somente eu sempre pensei no futuro como um tempo inalcançável? O via como o horizonte, sei que existe e meus olhos o comprovam, mas não se chega até ele.
Também, desde pequena ouvi que precisava estudar para ser vitoriosa no futuro. E pensava: Só no futuro? E cresci com essa ideia, precisava estudar depois trabalhar, lutar, disputar, amar, chorar e rir, poupar, sofrer e perder com paciência, tudo para ter um futuro feliz. E não alcançava o futuro, parecia que a cada passo que dava em sua direção, ele se afastava dois.
Até hoje ouço esse dito popular:
“O futuro a Deus pertence.”
E ao ouvi-lo concluía: Então se é Dele, nunca será meu, para que me preparar para ele, meu prometido impossível? Noivado eterno. Parceria sem compromisso. Alimento para sonhos ou antídoto para desilusões.
E no percurso pelo caminho ao futuro, colhi vitórias, ganhei amores, sofri dores, venci desafios, conquistei sonhos e nada de chegar ao futuro, à terra prometida.
De repente minha razão condoeu-se de minha espera e me segredou:
Os diplomas, as conquistas, os amores, as dores também, os sonhos realizados, um a um, também as derrotas tudo, tudo que viveu até aqui, foram futuros alcançados.
Sim, é isso!
O agora é o futuro!
E eu não comemorei meus dias do futuro, tão envolvida que estava na procura de como chegar a ele...
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